“Como está a situação?”, pergunta o agente de Defesa Civil. “Crianças dispostas paralelamente às paredes da quadra de esportes”, responde o colega, pelo rádio HT. Em apenas 14 minutos, cerca de 170 alunos, parte dos 46 professores, cinco coordenadores, duas vice-diretoras e o diretor, haviam deixado o prédio principal da Escola Estadual Professora Iracema Crem, no Jardim Zaíra, participando do 1º Simulado de Evacuação Escolar, na manhã desta quinta-feira (04/12), organizado pela Secretaria de Proteção e Defesa Civil da Prefeitura de Mauá. Este tempo foi considerado bastante satisfatório por se tratar da primeira vez e participação parcial dos 600 alunos da unidade.
“É fundamental que os estudantes saibam seguir as instruções sem se assustar, indo diretamente para um lugar seguro sem pânico. Neste caso, voltar para as salas de aula em segurança também integra a atividade”, disse o secretário de Proteção e Defesa Civil, Sergio Moraes. O agente Benedito Batista Ramos participou das reuniões com os gestores, alunos e funcionários da escola e cronometrou o evento. “Foram 14 minutos, que é um tempo abaixo do preconizado pelo Corpo de Bombeiros”, ainda que com vários alunos já ausentes por causa das férias escolares.
A atividade marcou o encerramento do Programa ‘Defesa Civil Nas Escolas’, desenvolvido para preparar crianças e jovens para atuarem com segurança na prevenção e proteção de pessoas no caso de ocorrências dos mais diversos tipos de ameaça à vida, como engasgamentos, alagamentos, enchentes, deslizamentos e escorregamentos de terra, entre outros.
“Eu não conhecia a Defesa Civil, mas já tinha visto o simulado do Corpo de Bombeiros”, afirmou o aluno do 2º ano do Ensino Médio, Henrique Miguel Amaral Nascimento, de 16 anos. O jovem acredita que foi convocado para ser uma das lideranças da escola na atividade por integrar o Grêmio Estudantil e devido às características pessoais. “Eu faço Jiu-Jitsu e a gente aprende sobre disciplina, respeito, responsabilidade e humildade. Vou até competir na próxima semana em São Paulo”, disse orgulhoso. Ele permaneceu atento ao deslocamento das crianças e adolescentes que evacuaram 23 salas da escola, que é de período integral.
“Agora estamos preparados para sair de forma organizada numa eventualidade. Este é um projeto inovador, que teve apoio dos pais e educadores. As falhas que observamos, iremos corrigir”, disse o diretor da EE Iracema, Olivier Negri.
“Fiquei feliz com os alunos. São educados, tranquilos, participativos. O que aprenderam no curso vão acabar usando no decorrer da vida”, afirmou a coordenadora do programa, Tania Regina da Silva. Ela explicou que alunos com Transtorno do Espectro Autista receberam tampões de ouvido e hove cuidado com as crianças com deficiência.
O estudante do 9º ano Alysson Jorge de Souza Calvo Inácio, de 14 anos, gostou muito do curso. “No ano que vem quero estar na ETEC, se Deus quiser, mas eu desejo boa sorte para os alunos que estarão aqui para a próxima edição do simulado”, disse. Ele afirmou o aprendizado que ele teve, como as manobras de desengasgo, por exemplo, podem ser úteis um dia.
O professor Edivaldo Bezerra Viana considera importante que esta experiência seja levada para outras escolas, principalmente as centrais, “já que ali estudam crianças e adolescentes de todos os bairros da cidade.” “O aprendizado começa aqui, mas ele pode salvar vidas em outras situações”, afirmou a professora Cíntia Lelis.
