Dez dias após o início da vacinação gratuita contra a bronquiolite em Mauá, em 9 de dezembro, a Secretaria de Saúde imunizou 285 mulheres, o que corresponde – segundo último levantamento da Atenção Primária – à metade das grávidas a partir da 28ª semana de gestação que fazem pré-natal nas 23 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e estão aptas a receber a dose.
A vacina Abrysvo protege recém-nascidos contra o VSR (Vírus Sincicial Respiratório), principal causador de bronquiolite e de quadros graves de infecções respiratórias nos primeiros meses de vida.
Segundo o Ministério da Saúde, apenas uma dose é suficiente para que a mãe produza anticorpos capazes de serem transferidos ao bebê ainda na gestação, garantindo proteção nas primeiras semanas após o nascimento – período de maior vulnerabilidade para complicações respiratórias.
A Abrysvo é a única vacina aprovada no Brasil para prevenção de infecções pelo VSR em três grupos de risco: bebês, idosos e adultos com comorbidades. Antes de ser incorporada ao PNI (Programa Nacional de Imunizações), o imunizante estava disponível apenas na rede privada, desde 2024, por valores médios de R$ 1,5 mil.
Este é o primeiro ano em que a vacina passa a integrar oficialmente o calendário do SUS (Sistema Único de Saúde), após acordo de transferência de tecnologia firmado entre o governo federal, o Instituto Butantan e a Pfizer, fabricante do imunizante. A previsão é que, futuramente, a produção seja nacional. A distribuição aos municípios foi iniciada neste mês.
O VSR é responsável por grande parcela das doenças respiratórias em crianças pequenas. No ano passado, o Brasil registrou 43,7 mil casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) associados ao vírus, segundo Boletim Infogripe da Fiocruz divulgado neste mês. Crianças menores de dois anos representaram 82% dos casos, sendo o vírus sincicial responsável por até 40% das pneumonias e 75% das bronquiolites nessa faixa etária.
